segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

08/02 - Toque para Caboclos e Boiadeiros - Homenagem a Yemanjá


Infelizmente tivemos que adiar pois estamos sem água no barracão. um cano da PROLAGOS quebrou e toda Igabinha encontra-se na seca!!! Dia 08/02/2014 é a nova data, onde aproveitaremos também para fazer uma singela homenagem a Yemanjá!



ASÉ ALADÒ ALÁ MORÉRÈ Convida a todos os amigos e leitores para no dia 08/02, homenagearmos Oxossi através dos nossos Caboclos e Boiadeiros e a Yemanjá, a partir das 19 horas.

Esperamos todos lá:  Rua Itaguai, 10 – Iguabinha - RJ.

Da série "Itans de Ifá que todos deveriam conhecer"...

Da série "Itans de Ifá que todos deveriam conhecer"...

Èsé Ìtòn Ogbè Ìyonú


ORUNMILÁ ESCOLHE A BENÇÃO DA PACIÊNCIA. 

(Odu Ogbè Ìyýnú)
Igun(2), primogênito de Olodumare que é Agotun(3), aquele que faz da chuva uma fonte de riqueza adoeceu gravemente. Olodumare fez tudo que pôde para curar seu filho, sem obter sucesso. Cansado, abriu-lhe a porta do aye(4)  para que ele fosse morar lá onde talvez pudesse encontrar cura para seus males. Na terra residia então, um homem muito bondoso chamado Orunmilá(5)  que precisava muito ganhar dinheiro para criar seus filhos. Por essa razão Orunmilá foi consultar Ifá. Seus adivinhos o aconselharam a fazer um sacrifício com cinco galinhas. Fazendo esse ebó, no quinto dia, toda a riqueza desejada chegaria às mãos. 
As galinhas deveriam ser sacrificadas, uma a uma, diariamente, até completar cinco dias. Cada galinha sacrificada teria as vísceras retiradas e colocadas em uma cabaça, coberta com azeite de dendê e levadas a uma encruzilhada. 
As carnes das galinhas poderiam ser comidas por ele e sua família. Sempre que fosse entregar a ofenda na encruzilhada, Orunmilá deveria ir cantando bem alto até chegar a encruzilhada onde seria entregue a oferenda: “Que a sorte venha a mim, que a sorte venha a mim”! Esse procedimento deveria se repetir por cinco dias. 
Orunmilá fez conforme foi orientado. Assim ele começou a oferecer o seu sacrifício. Sacrificava as galinhas e, cantando, levava suas vísceras para a encruzilhada. Lá chegando, depositava a oferenda e despejava o azeite de dendê por cima. Depois de colocar o azeite começava a rezar pedindo que a sorte chegasse para ele.
Havia um matagal em frente à encruzilhada onde Orunmilá entregava as oferendas e era ali, exatamente ali, que vivia desde que veio do Orun, Igun, o filho de Olodumare. 
Sem meios de sobrevivência Igun passava fome, e assim que Orunmilá deixava as oferendas e saia dali, Igun ia lá e comia tudo. 
Igun, filho de Olodumare, tinha cinco doenças: Uma na cabeça, outra nos braços, outra no peito, outra nas costas e era aleijado dos pés. 
No primeiro dia em que comeu a oferenda de Orunmilá, viu-se curado do problema que tinha na cabeça e surpreendeu-se. No dia seguinte Orunmilá levou novamente sua oferenda à encruzilhada repetindo os mesmos rituais sem saber que alguém comia o que ali despachava. 
Assim que Orunmilá saiu da encruzilhada, Igun foi lá e comeu tudo de novo. Os dois braços de Igun que não esticavam, depois de ele ter comido da oferenda, recuperaram a mobilidade. 
No terceiro dia Orunmilá continuou seu rito, levando sua oferenda na encruzilhada. Mal terminara de arriar o ebó Igun foi lá e comeu a oferenda. Desta vez, o peito de Igun, que era inchado, desinchou assim que acabou de comer. 
No quarto dia Orunmilá levou seu ebó a encruzilhada, sempre cantando: “Que a sorte venha a mim! Que a sorte venha a mim”! Mal terminara de colocar o ebó no chão, Igun foi lá e o comeu. Assim que acabou de comer, a corcunda que havia em suas costas desapareceu.
No quinto dia Orunmilá levou sua oferenda até a encruzilhada para completar os rituais. No caminho foi cantando o mesmo refrão dos dias anteriores e como das vezes anteriores, mal terminara de colocar o ebó na terra e Igun foi lá novamente e o comeu todo. 
Na manhã do sexto dia seus dois pés aleijados haviam ficados sãos e ele passou a andar sem dificuldades. Começou a caminhar por todos os cantos. E foi assim que Igun, o filho de Olodumare, foi curado de todas as doenças. 
A sorte pretendida por Orunmilá, antes de chegar a ele, chegou ao outro, que se alimentou com a comida ofertada. Impressionado com esses fatos Igun levantou-se e foi ao Orun para encontrar-se com Olodumare. Este, logo percebeu que o filho estava curado e lhe perguntou quem o curara. Igun relatou todo o ocorrido a seu Divino Pai. Disse-lhe que quem entregava as oferendas era Orunmilá e acrescentou que sempre que Orunmilá levava o ebó na encruzilhada ele entoava o refrão – “Que a sorte venha a mim, que a sorte venha a mim”! 
Olodumare mostrando-se grato, disse a Igun que presentearia essa pessoa com riquezas. Pegou então as quatro cabaças com dons e graças, e as entregou a Igun para que as levasse a Orunmilá no aye, recomendando que Orunmilá poderia escolher apenas uma das quatro cabaças e Igun deveria trazer de volta as três restantes. 
Nas cabaças estavam contidos os ires(6) DA riqueza, DA fertilidade, DA longevidade e DA paciência. 
Igun disse a Olodumare que não sabia chegar à casa de Orunmilá e o pai o orientou dizendo que, assim que chegasse ao aye, perguntasse as pessoas e elas indicariam o caminho. Igun voltou para o aye trazendo as quatro cabaças. 
Ao chegar foi à casa de Orunmilá e lá as mostrou a ele para que encolhesse uma dentre as quatro.
Orunmilá se surpreendeu muito. Em dúvida quanto ao que fazer, mandou chamar os filhos a fim de lhes pedir conselho sobre qual das quatro deveria escolher e eles recomendaram que escolhesse a cabaça DA longevidade. 
Consultadas as esposas, elas o aconselharam a escolher a da Fertilidade para que pudesse ter muitos filhos. Orunmilá chamou seus irmãos a fim de lhes pedir conselho sobre qual das quatro deveria escolher. Os irmãos o aconselharam a escolher a cabaça da prosperidade para que pudesse ter muita riqueza e dinheiro. Orunmilá mandou chamar seu melhor amigo e confidente, que era Exu. 
Quando Exu chegou a sua casa, Orunmilá relatou-lhe o ocorrido e lhe pediu conselho quanto à escolha que deveria fazer. 
Exu, homem sábio e sagaz, fez as seguintes perguntas á Orunmilá: “Teus filhos te aconselharam a pedir qual cabaça”? Orunmilá respondeu: “A da longevidade”. Exu lhe disse para não escolher essa cabaça porque não há no mundo uma única pessoa que possa vencer a morte, e lembrou que, por mais tempo que se viva, um dia se morre. 
Exu perguntou então: “E tuas esposas te aconselharam a escolher qual cabaça”? Orunmilá respondeu: “A da fertilidade”. Exu lhe disse para não escolher essa benção porque Orunmilá já havia gerado muitos filhos e possuía uma prole invejável. 
E Exu perguntou de novo: “E teus irmãos? Aconselharam-te a escolher qual cabaça”? Orunmilá respondeu: “A que traz o ire da prosperidade e da riqueza”. Exu lhe disse para não escolher essa cabaça porque se ficasse rico eliminaria a pobreza da família beneficiando assim todos os parentes, inclusive seus irmãos. Acrescentou que se os irmãos de Orunmilá quisessem prosperar deveriam ir trabalhar. 
Orunmilá perguntou então a Exu qual das quatro cabaças deveria escolher, e Exu lhe disse para escolher o que continha a virtude da paciência porque sua paciência era insuficiente para permitir que chegasse onde desejava. Caso Orunmilá seguisse esse conselho e escolhesse ter paciência, todos os ires restantes seriam conquistados naturalmente. 
Orunmilá, aceitando a orientação de Exu, escolheu a cabaça da paciência e devolveu a Igun as três restantes. Nem os filhos nem as esposas, nem os irmãos de Orunmilá ficaram felizes com a escolha. 
Igun partiu de volta ao Orun(7), levando consigo as três cabaças que sobraram para devolvê-las a Olodumare. 
Mal andara um pouco e a cabaça da riqueza lhe perguntou: “Onde está a Paciência”? Igun respondeu que ela ficara na casa de Orunmilá. Riqueza disse a Igun que voltaria para ficar com paciência porque só pode permanecer onde estivesse paciência. Igun lhe disse que isto era impossível e que riqueza deveria retornar com ele ao Orun. Riqueza insistiu que só ficaria onde estivesse paciência e que, por isso, não tinha porque retornar ao Orun. Em pouco tempo desapareceu da mão de Igun indo juntar-se à paciência na casa de Orunmilá. 
Igun levou as cabaças restantes para Olodumare. A meio caminho do Orun, Fertilidade também perguntou a Igun por paciência. Igun lhe respondeu que ela estava na casa de Orunmilá. Fertilidade lhe disse que só fica onde há paciência. Assim, fertilidade levantou-se e retornou para, em pouco tempo, juntar-se à paciência na casa de Orunmilá. 
Mais adiante, Longevidade também perguntou a Igun onde estava paciência. Igun lhe respondeu que estava na casa de Orunmilá. Longevidade, fugindo, também foi se juntar a paciência. 
Quando Igun chegou ao Orun, Olodumare lhe perguntou onde estavam as três cabaças restantes. Igun lhe respondeu que viera para contar a Olodumare que todas as cabaças haviam voltado para ficar junto com Paciência na casa de Orunmilá, e que estava planejando retornar ao aye para buscá-las e trazê-las de volta ao Orun. 
Olodumare lhe disse que ele não precisava ir buscar as três cabaças, pois de fato, todas as bênçãos que continham pertencem a quem escolher Paciência. Quem tiver Paciência terá Longevidade, Fertilidade. Procriará e viverá bem com o que procriar adquirindo também a riqueza. 
Assim tudo transcorreu bem com Orunmilá que, com essas graças, veio a ser Rei de Ketu. Procriou e viveu bastante com esses ires. Orunmilá adquiriu tanta riqueza que construiu casas pelo mundo inteiro. 
Feliz por suas conquistas. Orunmilá montou em seu cavalo e cantou: “Recebi o ado(8) da riqueza! Recebi o ado Fertilidade! Recebi o ado da Longevidade! Oh! Recebi o ado da paciência”! 
Dançou e alegrou-se. Louvou seus adivinhos e louvou também a Exu, o seu grande amigo. 

INTERPRETAÇÃO: A Paciência é a maior das virtudes. Sem ela não haverá sabedoria, nem riqueza, nem felicidade, nem longevidade. É com o exercício da paciência que o homem sábio conquista todas as boas coisas da vida.

Fonte: Luiz Carlos de Osala

Salve Oxossi - Okê Arô!




Oxóssi na Umbanda é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos. É o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, Orixá da fartura, da riqueza e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza. Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, este caçador possui uma única flecha, portanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Outras histórias relacionadas a Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidos, são ainda mais imbatíveis. Oxóssi mantém uma estreita ligação com Ossain, com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta.
A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore. A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou Orixá.Tal como Xangô, Oxóssi é um Orixá avesso à morte, porque ele é a expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte..
Oxóssi é figura representativa de uma das sete forças principais de Deus: a força da luta, do trabalho, da providência e da afirmação positiva. Assim, para a Umbanda, Oxóssi representa uma das sete forças primordiais de Deus, pertencendo ao pólo positivo das energias espirituais, expandindo, irradiando e impelindo os seres para a construção vigorosa de seus destinos, bem como garantindo que os mais fragilizados encontrem doutrinação firme e amorosa, desenvolvendo seu saber religioso e sua fé.
A figura de Oxóssi tem origem na mitologia africana, para a qual seria um antepassado africano divinizado e rei da cidade de Oyó, localizada na África sudanesa - de onde provêm os povos nagô (keto, ijexá e oyó) e mina-jeje.
A Umbanda é a expressão do sincretismo ocorrido no Brasil em razão da perseguição religiosa aos cultos africanos. Por reunir elementos africanos, espiritualistas e cristãos, a figura de Oxóssi pode aparecer, muitas vezes, misturada à figura católica de São Sebastião, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e demais estados do centro-sul do Brasil, sendo comemorado o seu dia em 20 de janeiro; e São Jorge, no estado da Bahia, sendo comemorado seu dia em 23 de abril.
Em geral, considera-se que o dia de Oxóssi é quinta-feira e seu símbolo seria o arco e a flecha em ferro fundidos.
Saudação: Okê Arô Oxóssi / Okê Caboclo

"Oxóssi

Vós que recebestes de Oxalá o domínio das matas, de onde tiramos o oxigênio necessário á manutenção de nossas vidas durante a passagem terrena, inundai os nossos organismos coma vossas energia, para curar de nossos males!Vós que sois o protetor dos caboclos, dai-lhes a vossa força, para que possam nos transmitir toda a pujança, a coragem necessária pra suportarmos as dificuldades a serem superadas!Dai-nos paz de espírito, a sabedoria para que possamos compreender a perdoar aqueles que procuram nossos Centros, nosso guias, nossos protetores, apenas por simples curiosidade, sem trazerem dentro de si um mínimo da fé.Dai-nos paciência para suportarmos aqueles que se julgam os únicos com problemas e desejam merecer das entidades todo o tempo e atenção possível, esquecendo-se de outros irmãos mais necessitados!Dai-nos tranqüilidade para superarmos todas as ingratidões, todas as calúnias!Dai-nos coragem para transmitir uma palavra de alento e conforto aqueles que sofrem de enfermidades para quais, na matéria, não há cura!Dai-nos força para repelir aqueles que desejam vinganças e querem a todo custo magoar seus semelhantes!Dai-nos, enfim, a vossa proteção e a certeza de que quando um caboclo, num gesto de humildade, baixar até nós, ali estará a vossa vibração!"