Tão solitária, triste
e sem saber para onde ir, aquela que um dia foi jovem, alegre e cheia de
esperanças em um novo por vir, senta-se e espera os dias passarem na calçada
erma da entrada do Reino da Paz.
De meia-idade, mas
com o rosto sulcado pelas agruras do tempo, nem do frio vento ouve o lamento,
pois mais fortes são os seus; mas destes se fez companheira inseparável.
No fundo do seu eu,
entretanto, não morrera a esperança e, na mais doce surpresa, percebe na
alameda de ciprestes sussurrantes uma serena dama, cuja imagem reflete bondade,
tirando a ansiedade de todos que por ela passam.
Em sua mão traz um
livro, no qual estão registrados tesouros de inigualáveis sabedorias. Chega
então perto da desuludida mulher e, com voz doce mas confiante, pergunta-lhe:
"Por que tanta indiferença?"
Esta, diante de tanta
bondade, pede súplice que não a desampare.
Nanã responde-lhe
então: "Como poderei, se sou a promessa do bem, a luz das trevas, daqueles
que não sabem por onde andar?"
"Então, dá-me
amor, pois bato à porta de uma nova morada, onde venho dar meu devotamento e
pedir meu perdão; querida Mãe, compadece-te de mim!"