terça-feira, 12 de junho de 2012

Nanã de Buroquê


Nanã de Buroquê

Tão solitária, triste e sem saber para onde ir, aquela que um dia foi jovem, alegre e cheia de esperanças em um novo por vir, senta-se e espera os dias passarem na calçada erma da entrada do Reino da Paz.

De meia-idade, mas com o rosto sulcado pelas agruras do tempo, nem do frio vento ouve o lamento, pois mais fortes são os seus; mas destes se fez companheira inseparável.

No fundo do seu eu, entretanto, não morrera a esperança e, na mais doce surpresa, percebe na alameda de ciprestes sussurrantes uma serena dama, cuja imagem reflete bondade, tirando a ansiedade de todos que por ela passam.

Em sua mão traz um livro, no qual estão registrados tesouros de inigualáveis sabedorias. Chega então perto da desuludida mulher e, com voz doce mas confiante, pergunta-lhe: "Por que tanta indiferença?"

Esta, diante de tanta bondade, pede súplice que não a desampare.

Nanã responde-lhe então: "Como poderei, se sou a promessa do bem, a luz das trevas, daqueles que não sabem por onde andar?"

"Então, dá-me amor, pois bato à porta de uma nova morada, onde venho dar meu devotamento e pedir meu perdão; querida Mãe, compadece-te de mim!"

Então, atendendo aos pedidos de mais uma filha, Nanã estende-lhe as duas mãos, erquendo-a e dizendo-lhe: "Vem comigo, que te levarei ao mais tranquilo dos refúgios, pois estarás seguindo pelo caminho da grandeza espiritual."

2 comentários:

  1. Minha irmã também é filha de Nanã, e ela é uma guardiã, mâezona... gosto muito.
    Gostaria de ver Oxum.

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  2. Oi Paula, obrigado por visitar o blog do Asé Aladò.
    Será providenciado algo sobre Oxum.

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