segunda-feira, 25 de junho de 2012

A Semente Eterna




A Semente Eterna

O pai e o filho trabalhavam a terra na qual plantavam toda sorte de alimentos, que garantiam a subsistência do pequeno grupo familiar.
O menino contava apenas sete anos e sua responsabilidade era caminhar atrás do genitor, fechando os pequenos buracos que seu pai abria para depositar no solo fértil as sementes.
O pai, orgulhoso, observava o pequeno trabalhador quando esse o surpreendeu com uma pergunta cheia de avidez: - Papai, o que eu vou ser quando crescer?
O genitor, recorrendo à sabedoria que a vida lhe havia dado, ajoelhou-se e trouxe a criança para perto de si, dizendo-lhe:
- Vê, meu filho, estas sementes que trago comigo. São elas todas iguais?
Prontamente, o menino respondeu: - Não, papai, o senhor tem aí sementes de feijão, de milho e de ervilha.
- Muito bem! - Exclamou o pai, colocando algumas sementes nas mãos do menino. E, prosseguindo com o raciocínio, perguntou ainda à atenta criança:
- O que acontece quando eu planto a semente de milho no chão? O filho respondeu: - Ora, papai, vai nascer um pé de milho.
- E quando planto a semente de feijão?
- Vai nascer um pé de feijão, informou o menino, sorrindo para o pai.
Ficando de pé e erguendo a criança em seus braços, o sábio trabalhador explicou ao rebento: - Para cada planta, há apenas uma espécie de semente.
- Por isso, para colhermos milho, é necessário que primeiro plantemos a semente do milho. Para que colhamos feijão, é preciso plantar a semente do feijão e assim por diante.
- Nossas vidas, prosseguiu o pai, - são feitas de um eterno plantar e de um eterno colher: hoje, plantamos as sementes daquilo que vamos colher em nosso futuro. Da mesma forma, colhemos aquilo que plantamos em nosso passado.
- Você pode ser tudo aquilo que quiser ser, meu filho, desde que procure plantar as sementes corretas no campo da vida.
Surpresa com a lição que acabara de receber, a criança fez ainda uma última pergunta ao amoroso instrutor: - E quais são as sementes corretas, papai?
O pai, fitando o sol poente que, aos poucos, ia se despedindo no horizonte, respondeu ao pequeno:
- A semente da caridade, pois que todos somos irmãos, responsáveis, portanto, uns pelos outros.
- A semente do perdão que nos faz recordar que todos somos aprendizes, ora acertando, ora errando e, por isso, necessitados, na mesma medida, de perdoarmos e de sermos perdoados.
- A semente da esperança que nos dá a certeza de que nossos esforços nunca são vãos.
- A semente da fé que traz o Pai Criador para dentro de nossos corações, da mesma forma como todos nós estamos no coração dele.
- E, finalmente, a mais importante de todas: a semente do amor, que nos proporciona luz em nossa caminhada, ainda que, muitas vezes, a noite se adense e a jornada se torne difícil.
Encerrando o singelo, porém nobre ensinamento, ambos se abraçaram e foram em direção à modesta casa que servia de abrigo para a harmoniosa família.
No silêncio dos passos, o pai sabia que a criança que agora se distraía arremessando pedrinhas para longe não havia entendido de todo a profundidade das palavras que acabara de ouvir.
Faltava-lhe ainda a maturidade que só a vida é capaz de fornecer.
Entretanto, com toda simplicidade que lhe era peculiar, o pai estava feliz, pois sabia que ali, no entardecer daquele abençoado dia, uma semente havia sido plantada.
Uma semente capaz de gerar bons frutos por toda a eternidade.

2 comentários:

  1. Lindo demais!É de suma importância os pais semear a personalidade dos filhos, a família é a base de um bom "homem", de uma pessoa, ou melhor de um ser humano bom, prestativo e acima de tudo com caráter.

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  2. realmente, lindo parabéns!As crianças são nosso futuro, devem ser moldadas com carater, amor e humildade.

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